“Muito egoísmo”, diz prefeito de Ponta Porã sobre reclamação de Marquinhos Trad

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“Chiadeira desnecessária, desproposital, desmedida e egoísta, muito egoísta”. As palavras são do prefeito de Ponta Porã, Hélio Peluffo (PSDB), após as manifestações do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), contrárias a destinação especial de doses exclusivas para 13 municípios da faixa de fronteira em Mato Grosso do Sul.

Além de Trad, entidades ligadas ao comércio da Capital, como a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), também se manifestaram durante a semana questionando a reserva para a população fronteiriça – contudo, direcionou as reclamações ao Governo do Estado, sendo que divisão das doses é feita pelo Ministério da Saúde.

“Vamos conseguir imunizar 100% da população aqui e as doses de outras vacinas, como Coronavac e Astrazeneca, que deveriam vir para cá posteriormente, serão redistribuídas para os outros municípios. Haverá realocamente de doses. É algo em que todo mundo vai ganhar, ninguém vai sair perdendo”, explica Peluffo.

Ao todo, são 150 mil doses extras da Janssen, vacina estado-unidense aplicada que precisa de apenas uma aplicação – ao invés de duas como as outras – para atingir o nível de imunização completa. As doses foram doadas por Washington.

“Estou muito chateado com o comportamento de alguns municípios. Falam também que nós do interior mandamos doentes para a Capital. Temos 40 leitos aqui, e juntos com Dourados passamos Campo Grande, que tem uns 200 leitos”, frisa.

Peluffo aproveitou para reclamar também da forma como é feita a divisão de recursos no Estado. “No interior a migração não é medida, enquanto na Capital isso está incluso e o índice é diferente, o que gera uma injustiça na divisão de recursos para o interior. Sem contar que Ponta Porã cresceu demais e há 12 anos não temos censo”.

“Não desceu” – O aporte de vacinas exclusivas não foi bem aceito por Marquinhos e entidades comerciais de Campo Grande. No caso da CDL, foi distribuído texto com o título “Para a Capital apenas restrições e pacientes. Nada de vacinas!”.

Já Marquinhos, nessa manhã, foi ao drive-thru do Albano Franco acompanhar o trabalho de imunização e revelou grande insatisfação com a distribuição das doses. “Não há porque tirar as vacinas de Campo Grande e levar para as fronteiras. Conversamos com o ministro da Saúde e levamos o nosso o inconformismo ao Governo do Estado”, destaca.

As doses que virão para a fronteira são para um estudo do VEBRA COVID-19 (Vaccine Effectiveness in Brazil Against COVID-19), que vai pesquisar a efetividade e impacto da vacinação em massa na região de fronteira.

Será avaliado o impacto de vacinação em massa em pessoas entre 18 a 50 anos em 13 cidades de fronteira do estado de Mato Grosso do Sul, após 14 dias de dose única da Janssen. O objetivo é estimar a efetividade da dose da Janssen na redução de riscos da doença, seja sintomática, grave ou óbito, 14 dias após a aplicação.

Além de Ponta Porã, os municípios que vão fazer parte do estudo de vacinação em massa são Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Antônio João, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Corumbá e Ladário.

Campograndenews*

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