Terceira via mantém otimismo por virada; relembre casos recentes

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Pesquisa Datafolha da quinta-feira passada (23) mostrou os pré-candidatos a presidente Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante), Luiz Felipe d’Avila (Novo) e outros nomes que se colocaram na disputa com menos de dois dígitos nas intenções de voto. Somados, eles chegam a 13%. O resultado sinaliza que as dificuldades de romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanecem. Mas os demais pré-candidatos têm demonstrado publicamente confiança em uma virada. E citam exemplos que aconteceram em eleições anteriores.

“Grandes estados brasileiros têm exemplos recentes de candidatos que começaram com 1% na pesquisa” e que venceram, disse a senadora Simone Tebet em recente entrevista ao portal G1. Ela também afirmou, em outra ocasião, que “20% dos eleitores de cada lado [Bolsonaro e Lula] estão prontos para mudar de voto, se se apresentar um projeto de país que realmente lhe agrade”.

O mesmo argumento foi usado por d’Avila em entrevista à Gazeta do Povo. “[O governador Romeu Zema, de Minas Gerais, e o prefeito de Joinville, Adriano Silva, ambos do Novo,] começaram com 1% nas pesquisas e, quando começou a campanha, destacaram-se nos debates, mostraram que têm propostas e isso gerou empatia e aí venceram as eleições. Se o Zema olhasse pesquisa, ele não seria governador de Minas hoje”.

Ciro Gomes (PDT), por sua vez, lançou um jingle intitulado “Forró da Virada”, cuja letra diz que o candidato é querido por parte do eleitorado de Bolsonaro e Lula. “O Ciro tá dentro do seu coração/ Se já não é a primeira/ É a segunda opção”, diz um trecho do forró apresentado nas redes sociais do pré-candidato em 2 de junho. “Por isso eu digo com total convicção/ Que Ciro Gomes vai virar esta eleição”, diz outra estrofe.

A aposta na virada, embora não seja impossível, é pouco provável, segundo analistas de política com quem a Gazeta do Povo conversou.

“Os meios de comunicação não tradicionais, como as redes sociais, trouxeram práticas como o cancelamento e a capacidade de criar ondas positivas e negativas no cenário público. Então é sim possível que se haja uma alteração no cenário eleitoral, mas pouco provável devido à eleição polarizada entre PT e PL”, diz Jorge Ramos Mizael, cientista político e diretor da Metapolítica Consultoria.

Essa avaliação é compartilhada pelo cientista político Rodrigo Horochovski, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Para ocupar um dos dois polos, é necessário desalojar alguém, tomando seu lugar. Até hoje, nenhuma candidatura viabilizou-se, com chances efetivas de vitória, apresentando-se fora de um dos dois polos da disputa política brasileira, ao menos nas eleições presidenciais”, diz o cientista político. Ele acrescenta que, para que uma virada aconteça, “fatos imprevistos ou uma reorganização muito expressiva e rápida das forças políticas perto do pleito” precisam acontecer.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/virada-eleitoral-terceira-via-relembre-historico/

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