Paraguaio é sequestrado e mantido acorrentado pelo pescoço em cativeiro há mais de uma semana

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Vítima foi deixada praticamente sem comida por oito dias em cativeiro em Miracatu, SP — Foto: Reprodução

Um paraguaio de 42 anos foi encontrado acorrentado pelo pescoço em um cativeiro onde estava há oito dias em Miracatu, no interior de São Paulo. Os criminosos pediam cerca de US$ 300 mil à família do homem para o resgate, mas a vítima ouviu que seria morta mesmo após o pagamento.

Segundo divulgado pela Polícia Civil, uma denúncia anônima que levou os policiais a uma residência localizada às margens da Estrada do Engenho. Chegando no local, um suspeito, ao avistar as viaturas, correu em direção ao matagal e conseguiu fugir.

Ele deixou para trás uma pistola calibre 380 com 13 munições intactas, um celular, duas correntes de aço, dois facões e um machado. Todos os objetos foram apreendidos. Dentro da residência, os investigadores encontraram um homem acorrentado pelo pescoço.

A vítima era mantida com pouca alimentação e informou aos policiais que foi sequestrada em Praia Grande há oito dias e que era mantida refém por, pelo menos, três criminosos. Ele contou, ainda, que eles exigiam a quantia de US$ 300 mil pelo resgate.

Nestes oito dias de cárcere, os criminosos negociaram com os familiares da vítima a quantia de US$ 100 mil, que deveria ser pago até o final da manhã desta quarta-feira (15). No entanto, em conversas entre os criminosos, o homem ouviu que seria morto mesmo que seu resgate fosse pago.

Relato

Em vídeos feitos durante o resgate, a vítima aparece agradecendo à Deus pelo resgate, assim que os policiais entram no cômodo (veja o relato completo no vídeo acima). Ele conta que foi sequestrado em Praia Grande no último dia 6 e que, desde então, havia comido apenas duas vezes e era torturado pelos criminosos.

“Eles diziam: ‘a gente é profissional. Não é a primeira vez que faz isso” […]. Eles já estavam com medo. Iam me matar às 12h de amanhã [quarta]”, disse a vítima aos policiais.

Vítima foi encontrada acorrentada em residência em Miracatu, SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Vítima foi encontrada acorrentada em residência em Miracatu, SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Nos oito dias, o homem ficou acorrentado pelo pescoço, com correntes de ferro e cadeado. Durante o resgate, o homem deu detalhes de como foram os quatro dias de tortura física e psicológica. Segundo ele, outras pessoas, de sotaque estrangeiro, também eram mantidas reféns no mesmo imóvel, mas foram levadas antes da Polícia Civil chegar no local.

Os sequestradores teriam pesquisado nas redes sociais sobre a família dele, para pedir o resgate em dólar. Os criminosos conversavam, ainda, sobre o ‘ramo’ do sequestro, que estaria dando ‘mais retorno’ que o tráfico. “Diziam que iam tirar, em uma semana, US$ 500 mil”.

Investigações

À TV Tribuna, o delegado Carlos Eduardo Ceroni, da Delegacia de Miracatu, explicou que a vítima seria executada por receio de represália. “O irmão dele [vítima] seria um jogador profissional de futebol e tem influência na cidade. Os sequestradores tinham receio de uma represália por parte dos familiares da vítima caso ela fosse libertada. Então, seria executada”, contou.

Todo o local foi periciado por policiais da Delegacia de Miracatu, com apoio de policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Registro e da Delegacia de Polícia de Juquiá. As diligências prosseguem para identificação e prisão dos envolvidos.

Fonte: G1

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