Adversários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram rapidamente à notícia de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para decretar a quebra de sigilo bancário e o bloqueio de contas dos empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado em conversa no WhatsApp. O parlamentar amapaense é um dos coordenadores da campanha do candidato do PT à Presidência.
O deputado Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) afirmou que a atitude do magistrado será “um tiro que vai sair pela culatra”. A ligação entre o pedido de Randolfe e a decisão de Moraes foi revelada pelo Estadão. Assim como os outros membros do clã Bolsonaro, Eduardo é crítico da postura de Moraes contra apoiadores do governo. Segundo ele, o ministro age para “devassar a vida de pessoas inocentes e trabalhadores apenas porque apoiam (o presidente) Bolsonaro”.
“Alexandre de Moraes atendeu a um pedido do coordenador da campanha do ex-presidiário para, com base em conversas particulares e figurinhas de whatsapp, devassar a vida de pessoas inocentes e trabalhadores apenas porque apoiam Bolsonaro. O tiro vai sair pela culatra (de novo)”, publicou.
Fora do campo político, o assunto repercutiu nas redes dos “influenciadores” digitais do bolsonarismo. A blogueira Bárbara Destefani, dona do canal “Te Atualizei” e uma das principais criadoras de conteúdo pró-governo da internet, chamou o senador Randolfe Rodrigues, ironicamente, de “Procurador-Geral da República”.
O empresário bolsonarista Marcelo de Carvalho, sócio-fundador da RedeTV!, foi outro que ironizou o decreto ao descrever Moraes como “absolutamente isento e parcial”. “Entendi. O Randolfe, por coincidência coordenador da campanha de oposição (…), detecta a trama do golpe imaginário e portanto pede ação contra os apoiadores do outro lado. Absolutamente isento e imparcial”, escreveu.
Estadao