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Em 2025, cães e gatos de Mato Grosso do Sul terão algo em comum com seus donos: um RG próprio. Não será um documento de papel desgastado no bolso traseiro, mas uma carteirinha digital, completa com foto, histórico de vacinas e um QR Code. O Cadastro Nacional de Animais Domésticos, sancionado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, promete ser mais do que uma curiosidade burocrática – é uma ferramenta que pode revolucionar a gestão pública de proteção animal no país.
A proposta não se limita a criar um sistema organizado de registros. Segundo Carlos Eduardo Rodrigues, superintendente da Suprova (Superintendência de Políticas Integradas de Proteção da Vida Animal), o cadastro permitirá que o Estado tenha dados precisos sobre a população de cães e gatos. Isso significa políticas públicas mais direcionadas, controle mais eficiente de doenças e, o mais importante, combate mais eficaz ao abandono e maus-tratos.
“A carteira não é apenas um registro, mas uma ferramenta de transformação”, explica Carlos. Ele acredita que o sistema trará benefícios em cascata, desde a prevenção de zoonoses até a criação de campanhas públicas de conscientização.
O impacto nas ONGs e abrigos – Em Campo Grande, a ONG Fiel Amigo já se prepara para cadastrar seus 400 animais. A presidente, Laura Cristina Garcia, vê na carteira uma oportunidade de ouro para facilitar a adoção responsável e garantir que os novos tutores cumpram os requisitos mínimos de saúde e bem-estar animal.
“As carteirinhas servirão para saber se os animais estão devidamente vacinados, desvermifugados e castrados. Isso ajuda no controle populacional e reduz significativamente o abandono”, explica Laura.
No entanto, há um alerta importante: a fiscalização precisa ser rigorosa. Sem ela, o cadastro pode se tornar apenas mais um documento digital ignorado por muitos tutores.
“Ter responsabilidade com um animal vai muito além de alimentar e dar abrigo. É sobre compromisso com uma vida que depende de você”, ressalta Laura.
Como funciona na prática? O cadastro será feito de forma simples: o tutor acessa o sistema com sua conta no gov.br, preenche as informações necessárias — nome, endereço, idade, histórico do pet, vacinas, entre outros dados — e recebe um documento digital com um QR Code. Esse código pode ser impresso e preso na coleira do animal.
Em caso de fuga, perda ou abandono, o código poderá ser escaneado, facilitando a identificação do animal e de seu responsável. Para as autoridades, será possível cruzar dados e investigar casos de negligência ou maus-tratos com mais agilidade.
Responsabilidade compartilhada – O sucesso da iniciativa, no entanto, não depende apenas do governo ou das ONGs, mas também dos tutores. O cadastro traz consigo uma mensagem clara: ter um animal não é um hobby, é um compromisso social e legal.
Em Mato Grosso do Sul, onde o número de animais abandonados cresce a cada ano, a carteira nacional para pets é um passo em direção a uma sociedade mais consciente.
Enquanto os sistemas digitais são ajustados para o lançamento oficial em janeiro de 2025, tutores, ativistas e gestores públicos aguardam para ver se, dessa vez, a tecnologia será de fato uma aliada no cuidado com aqueles que não têm voz, mas têm um QR Code para provar que existem.
No final, pode até parecer apenas mais um documento, mas para os cães e gatos do Mato Grosso do Sul, pode ser a diferença entre uma vida segura ou mais uma estatística esquecida nas ruas.