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Terras Raras: Minerais Essenciais para Tecnologia Podem Ser Trunfo do Brasil Contra Tarifas dos EUA

O que são terras raras e por que são estratégicas

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Terras raras são um grupo de minerais essenciais na fabricação de tecnologias como celulares, carros elétricos, turbinas eólicas, semicondutores, aviões de caça e sistemas de defesa. O domínio global desse mercado está, atualmente, concentrado na China, responsável pela maior parte da produção e refino desses elementos, mas o Brasil ocupa uma posição estratégica nas reservas mundiais, sendo detentor da segunda maior quantidade, atrás apenas da China, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Brasil: Reservas e Produção

  • Reservas: O Brasil possui cerca de 21 milhões de toneladas de terras raras, ficando atrás apenas da China, que tem 44 milhões. Locais destacados de ocorrência no Brasil incluem Araxá e Poços de Caldas (MG), Catalão (GO) e Pitinga (AM).
  • Situação Atual: Apesar do potencial mineral, o país ainda exporta, em grande medida, as terras raras como commodities brutas, sem agregar valor industrial. O desafio está em desenvolver tecnologia nacional para beneficiamento e processamento desses materiais, aumentando seu valor agregado

Terras Raras e a Disputa Comercial com os EUA

Em meio ao aumento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos — especialmente pela iminente implementação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, prevista para 1º de agosto —, terras raras e outros minerais críticos despontam como carta estratégica para o governo brasileiro em possíveis negociações;

O governo americano, preocupado com a dependência chinesa e buscando diversificação de fornecedores diante da transição energética global, voltou-se para o Brasil em busca de acordos para o fornecimento desses minerais:

  • Autoridades dos dois países, como o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), realizaram reuniões para explorar possibilidades de colaboração comercial nesses recursos.
  • Os EUA demonstraram interesse em garantir acesso privilegiado não só a terras raras, mas também a nióbio, grafite, lítio, cobre e cobalto brasileiros, elementos fundamentais para tecnologias de ponta.

Potencial de Barganha e Perspectivas

O setor mineral brasileiro — incluindo representantes do governo federal e da indústria — vê nesses recursos uma oportunidade para suavizar impactos das tarifas americanas. A expectativa é de que terras raras possam receber tratamento diferenciado no contexto das negociações, já que os EUA buscam alternativas à China para seu abastecimento industrial.

Segundo o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, há espaço para avançar nas tratativas com os EUA, considerando o papel central do Brasil como fornecedor global desses insumos críticos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entretanto, já afirmou categoricamente que não permitirá ingerência estrangeira sobre a exploração dos minerais estratégicos brasileiros: “Aqui ninguém põe a mão”.

Além disso, estudo do Instituto Brasileiro de Mineração aponta que a aplicação recíproca de tarifas pode gerar perdas anuais de até US$1 bilhão para o setor mineral, pressionando o governo para uma solução diplomática.

Oportunidade de Desenvolvimento Nacional

Mesmo com o interesse internacional, o Ministério de Minas e Energia (MME) reconhece que o Brasil precisa investir em tecnologia de processamento e agregação de valor às suas terras raras, aproveitando “a janela de oportunidade para criar uma indústria robusta de processamento no país”.

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