A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) com apoio da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e Polícia boliviana, prendeu nesta sexta-feira (28), homem suspeito de integrar a maior facção criminosa da capital, o “Comboio do Cão”. Investigações revelam que Leandro de Matos Ferreira assumiu o comando da cúpula após o chefe, Wilian Peres Rodrigues, o “Wilinha”, ser preso no começo de abril também em Mato Grosso do Sul.
Leandro é apontado como autor de roubo no Lago Norte, no ano passado. Contra ele, há dois mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça do Distrito Federal, sendo um por conta do roubo e o outro por integrar organização criminosa. Segundo as investigações, o criminoso também teria fugido do Centro de Detenção Provisória (CDP) no Complexo Penitenciário da Papuda.
Leandro foi capturado pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) em Corumbá, na fronteira do Brasil com a Bolívia e além da Polícia Civil de MS, contou com o apoio da polícia boliviana. Leandro se escondia na mesma cidade onde Wilinha se abrigava, em uma casa alugada com um traficante da região.
O local, de acordo com a polícia, é um ponto estratégico para facilitar a entrada de armas e drogas no Brasil, assim como eventual fuga para o território boliviano. Leandro seguirá preso e responderá, além dos crimes pelos quais já estava condenado antes da fuga, entre os quais furto, receptação, roubo, tráfico de drogas e integrar organização criminosa.
Comboio do Cão
Wilinha, substituído por Leandro, atuava na cúpula como “atacadista”, uma tarefa que exigia jogo de cintura para investir capital nas mercadorias ilícitas e planejar as rotas que os produtos deveriam seguir para evitar apreensões. Foragido desde 2017, o criminoso foi preso em uma operação do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil (Decor/PCDF) no começo de abril.
Foi para articular a entrada de armas e drogas no Distrito Federal que Wilian se instalou em uma residência de alto padrão em Paranhos, cidade dividida com o Paraguai apenas por uma rua. Na casa, alugada nas mãos de um traficante local, o chefe do Comboio do Cão morava com a namorada. Na função de “atacadista”, Wilinha precisava dispor de alto investimento para financiar o envio de drogas e armas à capital, de modo que chegasse até aos pequenos traficantes das mais diversas cidades de Brasília.