O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou em suas redes sociais que o governo brasileiro recusou a ajuda humanitária oferecida pela Argentina às vítimas das chuvas na Bahia. Segundo Bolsonaro, a oferta de dez homens – os “capacetes brancos”, que atuam em operações de socorro – foi feita ao Itamaraty pela Chancelaria Argentina. No entanto, a avaliação foi a de que a ajuda não é necessária no atual momento, pois o serviço ofertado já é prestado pelas Forças Armadas e a Defesa Civil. Diante das críticas, o presidente também foi ao Twitter para dizer que aceitou doações feitas pelo governo japonês.
Em uma sequência de postagens, Bolsonaro afirmou que o País está aberto a ajuda e doações internacionais, mas ressaltou que o trabalho de assistência à população já está sendo realizado, “inclusive com o apoio de três helicópteros da Marinha”. Contudo, Bolsonaro não descartou a possibilidade de aceitar a ajuda no futuro, quando a Argentina “poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições”.
Em uma declaração dúbia, o presidente não deixou claro se a recusa atual também teria relação com os eventuais custos da operação. Ele afirmou que o “fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada”.
A recusa da ajuda do governo argentino pegou de surpresa o governador da Bahia, Rui Costa (PT), que já havia feito uma publicação no Twitter agradecendo o auxílio do país vizinho. “Agradeço aos argentinos e peço ao governo federal celeridade na autorização para a missão estrangeira”, publicou nesta quarta, 29.
Crítico de como o governo vem conduzindo as ações relacionadas à tragédia, com recursos insuficientes e sem a presença do presidente, Costa afirmou que sua gestão “reconstruirá todas as casas e as cidades que foram destruídas” com as chuvas na Bahia. Vamos estabelecer prioridades e, ao longo de 2022, em parceria com os municípios, nós vamos garantir uma moradia digna às pessoas”, assegurou.
Sobre a ajuda japonesa, Bolsonaro afirmou que o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão (JICA), como barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água. “Eles chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro”, disse.