Acervo/Gazeta Press
O ex-meio-campista Freddy Rincón morreu nesta quarta-feira (13), aos 55 anos.
O ídolo do Corinthians e da seleção da Colômbia sofreu um traumatismo cranioencefálico grave após se envolver em um acidente de carro durante a madrugada de segunda-feira (11), na cidade de Cali.
O ex-atleta foi levado ao hospital e passou por cirurgia na UTI, mas não resistiu e veio a falecer devido às complicações. O anúncio foi feito no início da madrugada desta quinta (14) por Laureano Quintero, diretor médico da clínica Imbanaco, onde o craque estava internado.
“A clínica Imbanaco, do grupo QuirónSalud, ao lado dos familiares e com toda a autorização, informa que, apesar de todos os esforços de nossas equipes de trabalho, o paciente Freddy Eusebio Rincón Valencia morreu. Queremos expressar nossos sinceros sentimentos de condolência a seus familiares, seus amigos, aos seus chegados, aos seus seguidores de todo o planeta. Nunca haverá forma de expressar o que sentimos ao perder um paciente. Quem quer que seja o paciente”, disse Quintero.
“Nós pedimos a todos, por favor, que que celebrem e enalteçam a vida de Freddy Eusebio. Por todas as alegrias que eles nos deu. Por tudo que ele fez a gente vibrar, muitas vezes. Existem muitos Rincons neste planeta. Obrigado a seu maravilhoso jeito de viver e sua excelência desportiva. Celebremos sua vida, como merece Freddy”.
Aposentado do futebol desde 2004, o ex-meio-campista defendeu grandes clubes no futebol sul-americano e europeu, como Independiente Santa Fe, América de Cali, Palmeiras, Napoli, Real Madrid, Santos e Cruzeiro.
No entanto, ele tem sua imagem sempre associada ao Corinthians, equipe na qual viveu sua melhor fase e pela qual foi multicampeão.
Pela seleção colombiana, Freddy disputou as Copas do Mundo de 1990, 1994 e 1998, destacando-se especialmente nas eliminatórias do Mundial de 1994, quando os cafeteros golearam a Argentina por 5 a 0 em pleno Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
Carreira vitoriosa
Nascido na cidade de Buenaventura, Rincón começou a carreira como meia no Atlético Buenaventura e rapidamente chamou a atenção dos grandes clubes de seu país.
Meio-campista de porte físico avantajado, mas também dotado de enorme classe no passe e na finalização, ele foi contratado pelo Tolima, em 1986.
No ano seguinte, já estava no Independiente Santa Fe, uma das maiores equipes da Colômbia.
Após o título da Copa da Colômbia, em 1989, Freddy foi contratado pelo poderoso América de Cali e explodiu de vez.
Campeão colombiano em 1990 e 1992 pelos “Diabos”, Rincón se tornou titular absoluto da seleção colombiana e jogou a Copa do Mundo de 1990 e a Copa América de 1993 pelos cafeteros.
Seu sucesso despertou a cobiça da Parmalat, que o comprou em 1994 e o levou para o Palmeiras.
Logo que chegou, o colombiano fez parte da campanha do título do Paulistão de 1994 e em seguida viajou para disputar a Copa de 1994, nos Estados Unidos.
Após a decepcionante eliminação cafetera no Mundial, o meio-campista foi negociado com o Napoli, da Itália, e deu início à sua aventura no futebol europeu.
Em 1995, Rincón foi contratado pelo Real Madrid e fez 21 partidas pelos merengues antes de retornar ao Palmeiras para uma 2ª passagem
O craque disputou o Campeonato Brasileiro de 1996 pelo Verdão, mas não caiu nas graças da torcida. Com isso, foi negociado com o rival Corinthians no ano seguinte.
E foi no Timão que o talentoso jogador encontrou sua verdadeira casa.
No Parque São Jorge, Freddy foi recuado de meia para volante, transformando-se em um dos atletas mais dominantes do futebol brasileiro.
Nos três anos que defendeu o Coringão, Rincón ganhou o Paulista de 1999, os Brasileiros de 1998 e 1999 (sendo inclusive Bola de Prata) e coroou de vez sua passagem com a taça do Mundial de Clubes da Fifa, em 2000.
Capitão da equipe, foi justamente o colombiano o responsável por levantar a taça no Maracanã lotado, após o triunfo corintiano sobre o Vasco.
Pela seleção colombiana, ele também esteve presente na Copa do Mundo de 1998, na França, chegando ao seu 3º Mundial.
Conhecido por seu temperamento explosivo e pelas muitas brigas com os companheiros de equipe, Freddy deixou o Corinthians ainda em 2000 e foi para o Santos.
Sua passagem pela Vila Belmiro foi curta, e, em 2001, ele mudou mais uma vez de equipe, indo para o Cruzeiro.
Depois disso, o colombiano ficou três anos sem jogar antes de aceitar convite para ter uma nova passagem pelo Timão, em 2004.
Desta vez, porém, o meio-campista não conseguiu repetir o sucesso, optando por pendurar as chuteiras e encerrar a carreira de jogador no mesmo ano.
Em 2006, Freddy começou carreira de treinador, comandando o Iraty, do Paraná.
Passou ainda por São Bento, São José-SP, Corinthians sub-20 e Flamengo-SP, e teve também um período como auxiliar do Atlético-MG (com Vanderlei Luxemburgo), antes de encerrar sua aventura nos gramados.