A poucas horas do fim, acampamento em frente ao CMO é desmontado

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Bolsonaristas deixando o Comando Militar do Oeste – MARCELO VICTOR

Manifestantes, alocados em frente ao Comando Militar do Oeste, têm até 10h30min desta terça-feira (10) para desocupar a área.

A Polícia Civil está e permanecerá no local para garantir que a desocupação seja efetiva. Caso contrário, o Batalhão de Choque da Polícia Militar será acionado para forçar a desocupação.

Se necessário, a Guarda Civil Metropolitana (GCM), Polícia Federal (PF) e Forças Armadas serão acionadas.

A Delegada de Polícia da Delegacia Especializada de Ordem Política Social (DEOPS-MS), Cláudia Angélica Gerei, notificou, nesta segunda-feira (9), os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, a desocuparem o local imediatamente.

A providência foi tomada após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e reunião entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) e deputados estaduais e federais de Mato Grosso do Sul.

A equipe do Correio do Estado esteve no local e apurou que o acampamento já foi desmontado. Os manifestantes estão retirando os últimos objetos, como colchões, banners em apoio a Bolsonaro e as únicas barracas que restaram.

Banheiro químico, tendas, barracas, equipamentos de som, toldos, geradores, utensílios domésticos, palanques, alimentos, objetos pessoais e caminhões de som já foram removidos.

Caso todos os objetos não sejam retirados até 10h30min, serão apreendidos e levados para a delegacia. O lixo, deixado no local, ficará por conta dos manifestantes e da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG).

Manifestantes que persistirem no local, a partir das 10h30min, responderão por crime de desobediência e poderão pegar de 15 dias a seis meses de prisão, além de pagar multa.

Conforme apurado pela reportagem, havia poucas pessoas no local nesta manhã (10), por volta de seis manifestantes. Carros, caminhões e ônibus deixaram o canteiro da avenida Duque de Caxias. 

Relembre

O protesto, no CMO, começou um dia após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 31 de outubro de 2022.

Insatisfeitos e incrédulos com o resultado das urnas, manifestantes começaram a ocupar quartéis e estradas.

Ao todo, foram 71 dias de acampamento. Refeições (café da manhã e almoço) eram servidas e o hino nacional era cantado a cada uma hora, no período vespertino.

Eles pediam por intervenção militar, recontagem dos votos e diziam que a eleição poderia ter sido fraudada para dar vantagem ao petista.

Lula foi eleito com 60.345.999 votos (50,9%) e Bolsonaro 58.206.354 votos (49,1%). Em Mato Grosso do Sul, Bolsonaro ganhou com 59,49% (880.606) dos votos válidos e Lula 40,51% (559.547).

Conforme apurado pelo Correio do Estadofazendeiros, supermercados, empresários e até ex-prefeito eram os responsáveis por patrocinar o ato. Os manifestantes recebiam doações de carne, pão, água, arroz, feijão, ovos, mortadela, produtos de limpeza e outros diversos mantimentos.

O ex-prefeito de Costa Rica Waldeli dos Santos Rosa, a jornalista Juliana Gaioso e a médica Sirlei Ratier são os principais investigados pela Polícia Federal (PF) por organizarem os atos. 

Em 1º de janeiro, os bolsonaristas começaram a esvaziar as barracas, com o objetivo de preparar a viagem para Brasília e planejar o ataque contra os Três Poderes, ocorrido na tarde deste domingo (8) em Brasília.

Os 71 dias de manifestação foram repudiados pelos moradores em torno da avenida Duque de Caxias, que reclamavam do barulho, bagunça, algazarra, fogos de artifício e som do Hino Nacional 24 horas por dia.

Conforme noticiado pelo Correio do Estadobolsonaristas atacaram profissionais da imprensa durante a manifestação. Uma repórter do Campo Grande News levou uma ‘bandeirada’ e um fotógrafo do Top Mídia News foi agredido com um tapa no rosto.

Em nota, a Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul repudiou os atos. “O Sindjor lamenta vir a público para, novamente, repudiar ação violenta, desrespeitosa e antidemocrática praticada por manifestantes golpistas contra jornalistas durante o exercício da profissão”.

Correio do Estado

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