Dorival Junior foi contratado pelo São Paulo há menos de três meses. Pouco tempo! Mas a melhora da equipe ao encarar adversários de alto nível neste período deixa a certeza: é a melhor versão do Tricolor nas últimas temporadas. E a boa atuação, com direito a vitória de virada, diante do ”multicampeão” Palmeiras dentro do Allianz Parque, funciona como uma afirmação deste ótimo trabalho.
O São Paulo foi campeão paulista com Hernán Crespo. Chegou à semifinal da Copa do Brasil e à decisão da Copa Sul-Americana do ano passado. Mas esse time é diferente. Mais organizado! Ciente do que fazer e equilibrado em campo. Supera as limitações que o elenco tem e vê suas principais peças serem mais bem aproveitadas.
O Palmeiras vive movimento inverso. Não vem jogando bem. Perdeu a solidez defensiva que o caracterizava e o jogo ofensivo não tem fluído como em outros momentos. Com apenas uma vitória nos últimos sete jogos, está em sua pior fase desde a chegada de Abel Ferreira.
Escalações
Abel Ferreira contou com o retorno de Zé Rafael. Gabriel Menino perdeu espaço no meio-campo e Richard Rios se manteve como titular. Endrick foi o substituto de Artur. Rony partiu do lado esquerdo do ataque e Dudu foi para a direita.
Já Dorival Junior não teve o zagueiro Beraldo e o volante Pablo Maia. Diego Costa formou o miolo de defesa com Arboleda. Alisson foi a escolha para o meio com o recuo de Gabriel Neves para a função de ”5”. Rodrigo Nestor partiu do lado esquerdo.
O Jogo
Mesmo com os 20 minutos iniciais travados pela marcação das duas equipes, dá para dizer que a 1ª etapa foi bem agradável. O Palmeiras sufocando a saída do São Paulo, e o Tricolor muito organizado para bloquear as investidas alviverdes nas proximidades da área. Encaixes intensos e bem definidos.
Alisson batia com Raphael Veiga. Gabriel Neves com Rios. Luciano com Zé Rafael. Os pontas seguiam os laterais e vice-versa. Aos poucos o Palmeiras foi encontrando algumas folgas nesses encaixes e achando as rotas de ataque que está acostumado. Dudu era a principal delas. Ele contava com ultrapassagens de Mayke por dentro e via espaços serem liberados.
Pela esquerda, a dinâmica era inversa. Rony entrava em diagonal para se aproximar de Endrick e Piquerez atacava bem aberto. Foi desta forma, inclusive, que o uruguaio recebeu antes de cruzar com efeito na direção da meta. Rafael foi surpreendido e demorou a reagir. Era tarde. O Verdão deixava tudo igual na eliminatória aos 33 minutos.
Antes disso o time de Abel Ferreira tinha chegado com perigo em três ocasiões. Rony era o homem mais agudo da linha de frente palmeirense. O São Paulo, por sua vez, também saía com qualidade em rápidas e envolventes trocas de passe. Superando a primeira pressão palestrina e aproveitando os espaços. O Palmeiras não fez boas transições defensivas com frequência.
Caio Paulista perdeu grande oportunidade diante de Weverton. Wellington Rato também bateu em cima do goleiro rival após boa jogada de Calleri. O centroavante tricolor fazia ótimos trabalhos de pivô. Luciano dava velocidade na circulação da bola. Caio e Rato eram as válvulas para atacar espaços pelos flancos.
No meio do Palmeiras, Zé Rafael mostrava o porquê o time sente tanto a sua falta. Ganhou a maioria dos duelos e foi importante nos períodos de imposição dos donos da casa.
O São Paulo voltou ainda mais agressivo com a bola na 2ª etapa a não demorou a encontrar o empate. Mayke cortou mal um cruzamento de Wellington Rato e Luciano serviu Caio Paulista na área. O lateral driblou Luan e bateu na saída de Weverton.
O jogo ficou ainda mais quente não só com o empate tricolor, mas com um gol anulado de forma polêmica por Anderson Daronco pouco depois. Calleri chegou a marcar de cabeça aos 14′, mas o árbitro viu falta de Diego Costa em Zé Rafael na jogada.
O Palmeiras teve duas finalizações perigosas de Rony antes dos 15 minutos, mas passava longe de controlar as ações. Não tinha regularidade e eficiência nos ataques, e não conseguia se reorganizar defensivamente quando o Tricolor avançava.
Abel sacou Endrick e Dudu antes da metade do 2º tempo. Luís Guilherme ”Flaco” López entraram. Zé Rafael também saiu pouco depois para a entrada de Gabriel Menino. No São Paulo, Luan, David e Michel Araújo substituíram Gabriel Neves, Alisson e Luciano. Rodrigo Nestor e Michel Araújo formaram uma trinca de meio com Luan.
O time da casa tentou pressionar. Novamente levou certo perigo com Rony, mas sucumbiu ao mais ajustado São Paulo em um contra-ataque. David e Juan, que entraram no fim, tabelaram após ligação direta e o ex-atacante do Fortaleza virou ao bater na saída de Weverton. Classificação sacramentada!
Globo.com*
