Advogado que fugia para o Paraguai é preso pela PRF em Dourados (MS); ele liderava esquema milionário contra o INSS no RS

O advogado Daniel Fernando Nardon, 49 anos, apontado como líder de um esquema de fraudes contra o INSS no Rio Grande do Sul, foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no começo da tarde desta quinta-feira (15), no km 267 da BR-163, prolongamento da Avenida Marcelino Pires, em Dourados. Com mandados de prisão, ele foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde permanecerá até a chegada da equipe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que virá ao Mato Grosso do Sul para efetuar sua transferência.

Nardon disse para a PRF, que estava vindo do Mato Grosso com um amigo, mas há suspeitas de que ele tentava fugir para o Paraguai. Ele permanecia em Mato Grosso e estaria em fuga para o território paraguaio. Nardon é advogado, mas com o exercício da profissão suspenso pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) após as investigações revelarem sua participação no que foi classificado pela Polícia Civil como um esquema de “advocacia predatória”. Ele está indiciado por enganar clientes, apropriar-se de valores de ações judiciais e por assinar procurações em nome de pessoas já falecidas.

Uma das provas centrais do caso envolve uma procuração supostamente assinada por um cliente em 23 de agosto de 2024, mais de dois meses após sua morte. O documento foi anexado a um processo judicial de revisão de contrato bancário em Porto Alegre. A inconsistência foi identificada pelo juiz responsável, que comunicou o Ministério Público.

Na Justiça, Nardon se limitou a declarar que “à época da assinatura da procuração, desconhecia sobre a morte do autor”. Investigações apontam que o escritório do advogado, alvo de operação da Polícia Civil em 7 de maio, pode ter causado um prejuízo estimado em até R$ 320 mil. Além dele, outras 13 pessoas são investigadas pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, patrocínio infiel, fraude processual e apropriação indébita. Ao todo, 45 inquéritos foram abertos para apurar os casos.

Daniel Fernando Nardon deve responder pelos crimes de falsificação de documento particular, falsidade ideológica e uso de documento falso numa sequência de múltiplos processos com o mesmo padrão de atuação, todos ajuizados em Porto Alegre.

Fonte: fronteira em Foco

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