Família de Eng. Agrônomo Sequestrado e Assassinado no Paraguai Cobra Justiça

Ponta Porã (MS) – 11 de agosto de 2025


O segundo domingo de agosto será marcado pela dor para a família do engenheiro agrônomo brasileiro Eloi Brusamarello, sequestrado e brutalmente assassinado no Paraguai. Pela primeira vez, filhos e netos enfrentarão o Dia dos Pais sem a presença do patriarca — não por causas naturais, mas por um crime bárbaro que segue impune.
O caso chocou a região de fronteira entre Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai). Eloi, um respeitado profissional da área rural, homem de família, trabalhador incansável, foi sequestrado em território paraguaio enquanto se dirigia para atividades profissionais. Dois dias depois, seu corpo foi encontrado com sinais de execução — um crime cruel que gerou revolta em ambos os lados da fronteira.
Apesar das investigações conduzidas pelas autoridades paraguaias, os principais suspeitos seguem foragidos. A família, devastada, clama por justiça:
“Não é só por nós. É por todas as famílias que vivem entre os dois países e temem ser as próximas vítimas da impunidade”, desabafa um dos filhos.
O assassinato escancarou as fragilidades da segurança na linha internacional e levantou sérias dúvidas sobre a eficácia da cooperação entre os dois países para elucidar crimes transfronteiriços. Desde então, pouco avançou. Mandados foram emitidos, nomes identificados, mas ninguém foi preso.
Neste Dia dos Pais, não há presentes, nem abraços, nem almoço em família. Há silêncio, saudade e um grito preso na garganta de quem perdeu não apenas um pai, mas uma referência de caráter, trabalho e amor.
“Meu pai era um homem honesto, de caráter exemplar, trabalhador, extremamente amoroso, um marido exemplar, um companheiro presente, um conselheiro para os amigos e um verdadeiro pilar para toda a família. Ele não merecia esse fim. Tudo o que pedimos é justiça. Não queremos vingança — só que a lei seja cumprida. Que o crime não compense”, lamenta a família.
O que torna a tragédia ainda mais amarga é o indício de que Eloi foi vítima da ambição vil e traiçoeira de alguém a quem ele próprio ajudava. Uma traição imperdoável contra quem estendia a mão, contra quem só conhecia o caminho do bem.
A dor é agravada pela omissão das autoridades paraguaias. Mesmo com os suspeitos identificados, eles permanecem livres, diante da aparente indiferença das instituições. O fiscal Rodrigo Espínola, responsável pelo caso, deveria renunciar — seja por vergonha, ou por manifesta incompetência.
Enquanto a impunidade paira, a lembrança de Eloi Brusamarello continua viva — nas histórias contadas, nas fotos antigas, nos ensinamentos deixados, no respeito que conquistou e no legado que construiu para a agricultura da região, para seus familiares, amigos, funcionários e todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
E neste Dia dos Pais, o maior presente que a família pede às autoridades paraguaias é simples: respeito à dor e ação efetiva pela justiça.

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