A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu em flagrante, nesta terça-feira (14), uma mulher suspeita de agredir a filha de 7 anos com socos e com um fio de extensão. As agressões foram filmadas pelo ex-companheiro da mulher, que usou o vídeo para chantageá-la e tentar reatar o relacionamento.
O caso aconteceu nesta segunda (13), em Montes Claros, no Norte de Minas. Segundo a corporação, a mulher, de 25 anos, teria usado o fio para bater na menina e também deu vários socos na cabeça da filha. A criança sofreu lesões na boca, no tórax e nas pernas.
O homem que fez as filmagens contou à polícia que foi levar leite para o filho – irmão da vítima – quando viu a agressão e decidiu filmar. Ele contou ainda que não ajudou a menina “porque não era filha dele”. Segundo os policiais, ele tinha a intenção de usar o vídeo para tentar retomar o relacionamento, terminado há cerca de um ano. A mulher tinha uma medida protetiva contra ele que determinava inclusive o afastamento da casa.
Tortura
Segundo a delegada Mônica Brandi, responsável pelo caso, se for condenada, a mulher pode responder pelo crime de tortura, uma modalidade penal que pressupõe “a prática do ato infligindo um grande sofrimento físico e mental”. “Pelo vídeo enviado à PCMG, é possível comprovar o grande sofrimento vivido pela vítima no momento em que era agredida”, explica.
A delegada informou ainda que, durante o interrogatório, a mulher disse que nunca havia agredido a filha antes. Ela está presa e a polícia vai investigar, com familiares, vizinhos e o Conselho Tutelar, sobre possíveis agressões anteriores. Agora, a criança está sob os cuidados de uma tia paterna.
O ex-companheiro da suspeita, responsável pelas gravações, também foi preso, já que deixou de socorrer a criança e usou o vídeo para forçar uma reconciliação. Ele foi autuado por extorsão e omissão de socorro.
Agressões constantes
O caso não é o primeiro desse tipo registrado na cidade de Montes Claros recentemente. Na última sexta-feira (10), uma jovem de 19 anos foi presa por espancar, torturar e matar o próprio filho de 2 anos. O menino morreu em fevereiro, após ter o intestino rompido em um espancamento.
Durante as investigações, parentes e vizinhos relataram à polícia que a criança era submetida a agressões constantes por parte da mãe, tanto em casa como em locais públicos. Vizinhos contaram ainda que mesmo sob ameaça de ser denunciada, a jovem não mudou o comportamento em relação ao filho.
O delegado responsável pelo caso fez um apelo à sociedade para que denuncie situações semelhantes para as autoridades e reforçou que tal atitude pode salvar vidas.