Ira Banakh, de 24 anos, diz que “queria acordar em segurança” e faz apelo à comunidade internacional: “é uma esperança”
A ucraniana Ira Banakh, de 24 anos, acordou nesta quinta-feira (24) às 4h com o barulho e a agitação na região em que vive na cidade de Ternopil, a cerca de 500 quilômetros da capital Kiev, após os primeiros ataques russos ao país deflagrados pelo presidente Valdimir Putin. “Parece um pesadelo”, disse ela ao R7. “É mais do que difícil entender o que está acontecendo”, afirma.
O início dos ataques provocou, segundo ela, muito barulho do lado de fora de seu apartamento. “Muitos parentes começaram a ligar de manhã. Vimos o comunicado do Putin ao vivo e entendemos que isso é uma guerra. Então começamos a acompanhar o noticiário”, diz ela que vive com o marido e uma filha pequena.
Como muitos ucranianos, Ira diz que antes dos primeiros ataques não acreditava na escalada do conflito. “Estava bastante cética e não assisti as notícias. Mas então tudo começou e agora ninguém pode voltar atrás. Ainda parece um pesadelo. Agora a única coisa que fazemos é assistir ao noticiário”, diz. Ira relata ainda que, como muitos cidadão da Ucrânia, ela também pensou em fugir para a Polônia, mas ainda não se decidiu.
Após o ataque russo nesta manhã, muitos ucranianos deixaram o país por vias terrestres, o que provocou congestionamento nas principais vias. “Todas as principais vias estão superlotadas e o trânsito está muito ruim. Eu tenho uma filha bebê e tudo que eu quero é que ela esteja segura.”
Muitos cidadãos ucranianos não querem deixar o país mesmo com os bombardeios. Segundo o professor do Instituto Brasileiro de Humanidades da Ucrânia, Ruben Dargan, a maior parte dos ucranianos pensa em resistir à guerra em suas casa. É o caso de Ira. “Não me parece certo sair de casa, mas podemos viajar para o exterior apenas para manter nossa filha segura. É ridículo que precisemos sair de casa.”
Em meio às incertezas do que pode ocorrer diante do aumento dos ataques russos, Ira faz um apelo e diz esperar apoio da comunidade internacional ao seu país. “Tudo o que esperamos é acordar em segurança amanhã e esquecer tudo isso. Mas não vai acontecer. Nós esperamos apoio mundial, a comunidade mundial é realmente uma esperança.” Segundo ela, muitos amigos de Kiev tiveram de deixar suas casas. “Nenhum dos meus parentes ou amigos ficou em Kiev, todos partiram”, relata.
R7