Transportadora faz equipamento de mágico desaparecer

Equipamentos de ilusionismo, documentos pessoais e itens de alto valor foram entregues a terceiros sem comprovação de identidade. Caso foi registrado como furto no 12º DP de São Paulo.

               O mágico Everton Machado teve parte de seus pertences extraviados durante uma mudança de Campo Grande (MS) para São Paulo (SP), após a transportadora Seriema Turismo entregar quatro das cinco caixas despachadas a terceiros sem exigir documentos ou comprovante de retirada.

Segundo o artista, no dia 2 de maio de 2025, ele enviou os volumes contendo documentos pessoais, itens de valor afetivo, equipamentos eletrônicos e materiais utilizados em competições de ilusionismo, como uma impressora 3D e uma inversora de solda.

               Ao comparecer no dia 9 de maio ao ponto de retirada indicado pela transportadora – o Shopping Total Brás, localizado na Rua João Teodoro, 1200 – Brás –, Everton foi surpreendido com a informação de que apenas uma das caixas estava disponível. As demais foram entregues a terceiros que, segundo o relato, apenas disseram seu nome, sem apresentar qualquer documento de identidade ou autorização formal.

               “Uma funcionária admitiu o erro em áudios no whatsapp e disse que entregar as encomendas somente apresentando o nome era comum na empresa”, relata Everton. Entre os itens extraviados estão documentos como certidão de nascimento e carteira de trabalho, além de materiais de trabalho com alto valor financeiro e simbólico.

               Everton registrou um Boletim de Ocorrência Eletrônico, e o caso foi classificado como furto qualificado (Art. 155, §4º do Código Penal). O registro foi direcionado ao 12º Distrito Policial – Pari, responsável pela área do incidente. A vítima foi orientada a comparecer presencialmente à delegacia para complementar as informações.

               Até o momento, a empresa Seriema Turismo não apresentou imagens das câmeras de segurança, tampouco um posicionamento formal sobre o extravio.

Essas caixas continham equipamentos essenciais para o meu trabalho como ilusionista e artista visual, incluindo uma impressora 3D, materiais de automação (Arduinos, ESP32, motores), ferramentas elétricas e manuais, HDs externos, livros, equipamentos de mágica, além de roupas e documentos pessoais.

O valor estimado do prejuízo ultrapassa R$ 14 mil, e a empresa entregou as caixas a um terceiro sem exigir documento ou comprovante. Além do prejuízo material, a perda compromete diretamente minha preparação para o Campeonato Mundial de Ilusionismo (FISM), que acontece em julho, na Itália.

Representarei o Brasil após conquistar o Grand Prix no FLASOMA 2025, e parte dos materiais extraviados — especialmente a impressora 3D — eram fundamentais para a produção de recursos utilizados no meu ato. Estou tomando as medidas legais cabíveis e tornando o caso público para que situações como essa não se repitam com outras pessoas.” – desabafa o mágico.

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