Um homem de 28 anos foi preso nesta quinta-feira (13) em Nova Alvorada do Sul (MS), suspeito de atear fogo na companheira de 17 anos. A adolescente permanece internada na Santa Casa de Campo Grande, com queimaduras de segundo grau, há 11 dias.

O caso foi registrado como lesão corporal qualificada pela violência doméstica. A mãe da vítima afirma que o suspeito omitiu informações, controlava a adolescente e dificultava o acesso da família durante o atendimento médico.De acordo com o boletim de ocorrência, a adolescente foi transferida em vaga zero para a Santa Casa no dia 2 de novembro, apresentando queimaduras significativas na parte superior do corpo.

A mãe relatou que só tomou conhecimento do ocorrido por meio de uma vizinha e colega de trabalho da filha, e não pelo companheiro da jovem. Inicialmente, em Nova Alvorada do Sul, foi informada que a adolescente teria se queimado enquanto queimava fraldas com álcool em um buraco, quando houve uma explosão.

Já em Campo Grande, o suspeito apresentou outra versão. Segundo ele, a jovem teria derramado diesel próximo a um fogão aceso, provocando o incêndio que atingiu seu corpo.

A mãe contestou essa versão, afirmando que o local do suposto acidente não apresenta vestígios de incêndio. No imóvel, havia apenas um colchão queimado em outro cômodo e um banheiro com grande quantidade de cabelo queimado. O galão citado pelo suspeito não foi localizado.

Funcionários da fazenda também relataram que a casa não apresentava cheiro de queimado ou de combustível, contrariando a versão dele. Roupas chamuscadas foram guardadas por uma colega da jovem, apesar do pedido do companheiro para descartá-las, conforme a polícia.

Restrições durante atendimento hospitalar

Durante o atendimento, a mãe afirma que enfrentou resistência do suspeito, que acompanhava todas as visitas e impedia que familiares se aproximassem. A adolescente chegou a apertar a mão de uma enfermeira pedindo ajuda para ver a mãe.

Após despertar do coma induzido, a jovem teria relatado à mãe que foi ameaçada de morte pelo companheiro caso contasse a verdade sobre o ocorrido.

A família também demonstra preocupação com a bebê de dois meses do casal, que estaria sob os cuidados da avó paterna. Há relatos de que o suspeito teria tentado fugir com a criança.

A adolescente possui diagnóstico de TDAH, dislexia e discalculia, com indicação de uso contínuo de medicamentos controlados, interrompido por dificuldades financeiras. A mãe relatou que, desde que passou a morar com o companheiro, a jovem deixou de frequentar consultas, afastou-se da família e foi submetida a comportamentos abusivos.

O caso é investigado pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) como lesão corporal qualificada, com agravante de violência doméstica. Denúncias de ameaça, omissão de socorro e possível tentativa de manipulação de provas também serão analisadas.

Fonte: G1

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