“Rei da Fronteira”, Fahd Jamil se entrega ao Garras em aeroporto da Capital

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O dia é histórico para a Polícia de Mato Grosso do Sul. Depois de décadas de acusações, considerado o grande chefe do crime organizado na fronteira, Fahd Jamil Georges acaba de se entregar em Campo Grande.

Segundo o secretário de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, uma negociação foi aberta pelo Garras com a família de Fahd, para que ele se apresentasse. O advogado Gustavo Badaro diz que ele veio em aeronave ao lado de um dos filhos e ainda hoje deve entrar com pedido de prisão domiciliar por conta do estado de saúde do empresário que tem enfisema pulmonar.

Aeronave com Fahd Jamil é levado para dentro de hangar. (Foto: Henrique Kawaminami)
Nesta manhã, equipes do Garras receberam Fahd no aeroporto Santa Maria, na zona rural da cidade. Ao chegar, por volta das 9h20, a aeronave onde o acusado estava foi levada para dentro de hangar, para impedir que a imprensa fizesse fotos do momento da prisão.

No aeroporto, amigos de Fahd acompanharam a prisão e defenderam a atitude como a melhor na atual conjuntura. “Tem que se entregar. Precisa de tratamento médico. Se ficar foragido é pior. Ele não tem que esconder nada de ninguém. Não tem prova nenhuma contra ele”, defendeu o amigo e advogado Armen Chemzariam.

Conhecido como “Padrinho” ou “Rei da Fronteira” Fahd era considerado foragido, depois de mandado de prisão em decorrência da Operação Omertà.

Também foi apontado como chefão da exploração da jogatina, o que o envolveu na Operação Omertà, que teve como principal alvo membros da família Name.

Antes desta segunda-feira, apenas uma vez houve notícia de prisão de Fahd, há 40 anos, pela Polícia Federal do Paraná. Capturado em Campo Grande, ficou na penitenciária de Ahu, em Curitiba, prédio centenário desativado em 2006. Logo foi solto. A liberação foi festejada, retrata um dos únicos registros do episódio, a edição da revista Veja de 23 de julho de 1980.

Foram quatro décadas sem ser perturbado, até a Operação Omertà ser desencadeada. Muito próximo de Jamil Name, preso desde setembro de 2019, Fahd é também apontado como membro da milícia que exterminava os desafetos em Mato Grosso do Sul.

A defesa tentava colocá-lo pelo menos em prisão domiciliar, sem êxito até agora.

Segundo os indícios levantados, o sargento reformado da Polícia Militar foi vítima de vingança ao sumiço do filho mais velho de Fahd Jamil, Daniel Alvarez Georges, o “Danielito”, aos 42 anos, em 2011.

Nunca se apontou culpado pelo desaparecimento de Daniel, dado oficialmente como morto só neste ano, em janeiro. Existem conjecturas de dissolução do corpo em ácido mas, de concreto, nada –

Campo Grande News*

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